terça-feira, 25 de outubro de 2011

REAÇÃO A MATERIAL NUCLEAR NA BAHIA.


"POPULAÇÃO DE CAETITÉ FAZ VIGÍLIA E IMPEDE ENTRADA DE URÂNIO NA CIDADE


Pelo menos duas mil pessoas se reuniram em vigília para impedir o recebimento de material radioativo pela mina de Caetité, município a 757 km de Salvador. A mobilização começou por volta das 17h de domingo (15) e durou até as 2h da madrugada desta segunda-feira (16).

A reportagem é de Tatiana Maria Dourado e publicada pelo G1, 16-05-2011.

Com a vigília, as nove carretas que transportavam o material de São Paulo para a unidade de beneficiamento de urânio, na região sudoeste do estado, foram impedidas pela população de seguir viagem e tiveram de retornar ao município de Guanambi, a 45 km de Caetité. Até as 11h desta segunda (16), elas permaneciam no posto da Polícia Militar da região.

“A população está de prontidão para fazer novamente a barreira humana e não deixar o caminhão passar por aqui”, afirma o padre Osvaldino Barbosa, da Comissão Paroquial do Meio Ambiente de Caetité.

A mobilização popular foi convocada por movimentos sociais como a Comissão Paroquial do Meio Ambiente do município, a Comissão Pastoral da Terra e o Movimento Paulo Jackson – Ética Justiça e Cidadania.

De acordo com a INB (Indústrias Nucleares do Brasil), as carretas estão transportando 90 toneladas de concentrado de urânio, de propriedade da Marinha brasileira, o mesmo material que é produzido na mina, com objetivo de criar um novo reservatório e retomar a capacidade de produção máxima. Em 2010, a unidade de mineração não atingiu as 400 toneladas da meta anual, chegando apenas a 180 toneladas.

"Nós tivemos frustração na produção e solicitamos da Marinha, que tinha o material em reserva. O que aconteceu é um mal-entendido. O comboio está levando concentrado de urânio, não lixo atômico, como pensa a população", comenta o presidente da INB, Alfredo Tranjan.

O transporte partiu do Centro Experimental de Aramar, no município de Iperó, em São Paulo. Tranjan explica que a carga será reembalada em Caetité para depois ser enviada, junto à produção local, para a Europa, onde será enriquecida. O objetivo final é o abastecimento das usinas nuclares de Angra 1 e Angra 2, que ficam situadas no Rio de Janeiro. Segundo a INB, o plano de transporte foi comunicado ao Ibama e recebeu aprovação da Comissão Nacional de Energia Nuclear. "Caetité é a única mina brasileira que produz urânio, por isso o procedimento só pode ser realizado lá", diz Tranjan.

Medo

O padre Osvaldino argumenta que o processo para reembalar o urânio é nocivo para o meio ambiente e para a população. “Eles dizem que o processo só pode ser feito aqui, mas isto está trazendo consequências graves, como poluição da água e incidência de câncer nas pessoas”, informa. Ainda segundo relato do padre, a população está insegura se há real ausência de lixo atômico na carga.

O presidente da INB afirma que terá que planejar alguma metodologia de conversa com a população, para tentar solucionar a divergência.

Relatório do Greenpeace

Em outubro de 2008, o Greenpeace encontrou contaminação radioativa em amostras de água usada pela população, coletadas na área de influência direta da mineração de urânio no município de Caetité.

A coleta das amostras de água para consumo humano e animal foi feita por uma equipe da organização ambientalista em abril de 2008, em pontos localizados dentro de um raio de 20 quilômetros ao redor da mineração de urânio da INB em Caetité.

As amostras foram encaminhadas a um laboratório independente credenciado no Reino Unido para a realização de análises. Pelo menos duas amostras de água apresentaram contaminação por urânio muito acima dos índices máximos sugeridos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Conselho Nacional de


Meio Ambiente (Conama).

A amostra de água colhida de um poço artesiano a cerca de oito quilômetros da mina apresentou concentrações de urânio sete vezes maiores do que os limites máximos indicados pela OMS, e cinco vezes maiores do que os especificados pelo Conama. Outra amostra, coletada de uma torneira que bombeia água de poços artesianos da área de influência direta do empreendimento da INB, estava com o dobro do limite estabelecido pela OMS e acima do índice Conama."

ENERGIA NUCLEAR: ENTREVISTA.


"Não faz sentido o Brasil retomar

a opção pela energia nuclear".


Entrevista especial com Washington Novaes.


IHU On-Line - O governo federal elaborou um estudo pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) prevê a construção de mais sete reatores nucleares no Brasil, no máximo até 2025. Qual a sua opinião sobre essa notícia?

Washington Novaes - A meu ver não traz nenhum sentido o Brasil voltar à opção da energia nuclear por muitas razões. Primeira delas é que a energia nuclear é mais cara que qualquer outra forma de energia. Existem estudos no mundo inteiro mostrando isso, é a energia mais cara que existe. Segundo, que a energia nuclear não tem destinação para os resíduos de lixo nuclear que ela produz. O Brasil continua com dezenas de milhares de toneladas de resíduos nas usinas de Angra I e II, por não ter onde depositar isso. Primeiro, por que ninguém aceita o lixo. Segundo, por que não há uma tecnologia segura para isso. Ninguém no mundo encontrou uma forma segura de depositar o lixo nuclear em algum lugar. Os Estados Unidos estão tentando encontrar uma solução construindo um depósito debaixo da Yucca Mountain, em Nevada, a trezentos metros abaixo do solo. Mas, com objeções muito sérias de várias áreas dos geólogos que acham que não há como garantir que aquilo vai resistir durante milhares de anos, e que o lixo vai continuar radioativo. Os hidrólogos acham que pode haver infiltração, dos vulcanologistas que não garantem que os dois vulcões que são próximos ao depósito continuem inativos e também dos sismólogos, que lembram há alguns anos houve um abalo de 5.3 graus na Escala Richter a três milhas do local do depósito. Quando visitei o depósito eu perguntei ao engenheiro do departamento de energia dos Estados Unidos que nos acompanhava se havia ocorrido algum abalo ali. Ele confirmou que sim, mas que o depósito resistiu bem. E eu voltei a perguntar: “E se houver um abalo mais forte?”. O engenheiro apontou para o céu e disse: “Daí ELE garante”. A implantação de mais depósitos está embargado pela justiça nos Estados Unidos. As autoridades não consideram seguro pelo tempo de vida que o depósito vai ter. Ainda existe uma última questão que pergunta como os Estados Unidos farão para transferir os resíduos de mais de 100 usinas que eles têm em atividade para esse único local no estado de Nevada. Então, o Brasil voltar a isso não faz nenhum sentido. E inclusive, o país não pode fazer esse tipo de opção antes de mostrar para a sociedade com clareza qual é o quadro da matriz energética brasileira. Há pouco tempo saiu um estudo do WWF feito por técnicos da Universidade de Campinas mostrando que o Brasil pode economizar 30% na energia que consome hoje sem nenhum prejuízo. E pode também ganhar com a repotenciação de usinas que estão chegando ao seu prazo de validade. Parece-me uma opção, se acontecer, injustificada e inapropriada para o país.

IHU On-Line - Como o senhor vê a questão da transposição do Rio São Francisco em um segundo mandato de Luís Inácio Lula da Silva?

Washington Novaes - O projeto está embargado na justiça. Para poder ser tocado ele precisa ser liberado na justiça por que há muitas questões que precisam ser esclarecidas e respondidas antecipadamente. Acredito que o projeto não faz nenhum sentido. Ele foi aprovado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos passando por cima da decisão do Comitê de Gestão da Bacia do Rio São Francisco que é o órgão que devia ser respeitado. O Comitê da Bacia votou por 44 votos a 2 contra o Projeto de Transposição, dando prioridade para a revitalização. Mas o Conselho Nacional de Recursos Hídricos do governo federal tem maioria absoluta e desrespeitou o Comitê de Gestão e aprovou esse projeto. A alegação é que assim pode-se levar uma caneca de água para milhões de pessoas que sofrem com a seca. É evidente que isso não vai acontecer. As pessoas que sofrem com a seca no Nordeste são as que vivem em pequenas comunidades isoladas e a transposição não vai chegar até elas. Não se vai fazer uma adutora para atender uma casa ou duas. Para essas pessoas a solução mais adequada é a de cisternas de placa que são feitas pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), e pelo Projeto Fome Zero. Já tem 160 mil cisternas instaladas. As cisternas são muito eficientes e tornaram-se uma benção na vida daquelas pessoas. Isso custa muito mais barato do que fazer transposição. A água da transposição destina-se a grandes projetos de frutas, flores, camarões para exportação. É o velho modelo de continuar exportando produtos primários com baixos preços para atender os países industrializados. Mais de 70% da água será para isso. A análise do projeto que o IBAMA fez diz que mais de 60% das terras que serão irrigadas estão em início de desertificação. Há muitas questões que deveriam ser respondidas antes de se entrar num projeto como esse. Que é caríssimo e que não vai atender essas populações. Fora o fato de que a água que virá desse projeto será uma água cara. O semi-árido brasileiro segundo o diagnóstico de vários especialistas respeitados como o professor Maldo Rebouças, da Universidade de São Paulo, e o professor João Abner, do Rio Grande do Norte, não é de escassez de água, e sim de má gestão da água.

IHU On-Line - De que forma o Brasil deve administrar essa crise entre a Petrobrás e a Bolívia?

Washington Novaes - Eu creio que é uma questão complicada. Evidentemente a Bolívia tem o direito de usar como entender melhor os seus recursos naturais. Agora, ela tem também de respeitar contratos. Se a Bolívia acha que deve confrontar esses contratos é preciso ver os direitos da Petrobrás nessa questão.

IHU On-Line - Que fontes alternativas de combustível e energia são viáveis ao Brasil hoje?

Washington Novaes - O Brasil tem muitas alternativas se precisar. Mas eu insisto que o país não precisa ampliar o seu potencial instalado. O Brasil tem a hidroeletricidade, nos lugares em que ela for adequada e não provocar problemas, e energias todas renováveis que se pode usar como a eólica, a energia de marés ou como as de biomassas. São muitas as alternativas que o país tem.

IHU On-Line - Como o senhor analisa o governo Lula no aspecto ambiental?

Washington Novaes - A chamada questão ambiental não foi prioridade no governo Lula, muito ao contrário. O Ministério do Meio Ambiente sempre falou muito na necessidade de implantar uma política transversal no sentido de uma política que fosse comum a todas as áreas de governo e ministérios. Mas isso não aconteceu na prática. Nem o Ministério da Agricultura, Ministério dos Transportes, Ministério do Desenvolvimento e Minas de Energia, colocou ênfase e importância na questão ambiental. Ao contrário, o Ministério do Meio Ambiente foi sistematicamente derrotado em várias questões. Por exemplo, a questão de importar pneus usados do Uruguai. Foi uma decisão imposta pelo Itamaraty sob a alegação de que um tribunal arbitral do Mercosul exigia isso. Mas nenhum país do Mercosul cumpre isso, só o Brasil. E passou a importar lixo. Na questão dos transgênicos que o Ministério do Meio Ambiente defendia a necessidade de aplicar o princípio da precaução e estudos prévios de impacto ambiental e epidemiológicos. Ele foi derrotado no Congresso pelo próprio partido do governo que comandou a votação. A questão de reduzir a mistura de álcool na gasolina para poder exportar mais álcool para a Suíça e o Japão. Países estes que usam o álcool para reduzir emissões de gases poluentes. O Ministério do Meio Ambiente foi vencido nisso também. E nós ficamos com o ar mais poluído aqui para que se exportasse álcool para países que queriam reduzir a poluição. E assim por diante, foram muitas derrotas. Tem a questão da Amazônia que não teve políticas eficazes e não concordo com o projeto aprovado de cessão de florestas públicas para empresas privadas fazerem o manejo sustentável. Os próprios índices de desmatamento na Amazônia. Vejo que isso tudo mostra que o meio ambiente não foi prioritário, foi um gueto dentro de governo com um orçamento insignificante, pouco mais de ½ do orçamento federal. Além disso, acho que o governo nem sequer percebeu que precisaria ter uma estratégia para essa área. Por que hoje no mundo, está ficando evidente a escassez de recursos e serviços naturais. Um país que tem a biodiversidade que o Brasil tem, os recursos hídricos, a insolação o ano todo, enfim, com a riqueza que o país tem, deveria ter uma estratégia que colocasse esse fator escasso no mundo numa posição privilegiada como base de políticas. Mas essa estratégia não existe.

IHU On-Line - Qual a sua visão sobre a utilização de transgênicos no país?

Washington Novaes - Penso que deveria vigorar o princípio da precaução. É preciso saber antecipadamente quais são as conseqüências ambientais e epidemiológicas para a saúde da utilização destes transgênicos. Isso foi derrotado no projeto que foi para o Congresso. O Ministério da Saúde e do Meio Ambiente perderam o direito de exigir isso previamente. Há muito estudos no mundo mostrando vária questões. Por exemplo, existe um estudo do governo inglês que foi feito com a canola, a beterraba e o milho. Só o milho não contaminou plantações vizinhas. O governo inglês se dispôs a liberar a plantação de milho transgênico se os produtores de sementes e os plantadores assumissem por escrito o risco em relação a eventuais danos que pudessem acontecer e seguissem regras estabelecidas pelo governo. Eles se recusaram. Na Bélgica eles também não aceitaram esse compromisso. A União Européia continua mantendo restrições a esses transgênicos. Nos Estados Unidos há vários estudos mostrando que a produtividade dos transgênicos é inferior. São muitas as razões fora o fato de que nesse sistema, o produtor fica dependente da empresa produtora de transgênicos. Ele tem que comprar a semente todo ano. Ele não pode usar a sua própria produção para gerar semente.

IHU On-Line - Como a teoria de Gaia poderia chegar aos governantes? O senhor poderia dar uma explicação sobre esta teoria?

Washington Novaes - A Teoria de Gaia que foi formulada pelo James Lovelok fala que o planeta é um organismo vivo em que tudo está relacionado com tudo. Não há nada que seja isolado. Tudo que está no meio físico depende de tudo, inclusive os seres humanos. O nosso corpo é formado de água, minérios, nós respiramos ar, nos alimentamos de outros seres vivos. O que acontecer no meio físico acontecerá também no nosso organismo. Mais recentemente o James Lovelok, disse que os danos que o planeta já está sofrendo em função de mudanças climáticas são irreversíveis e serão cada vez maiores. A única forma de deter isso seria utilizar a energia nuclear para substituir as outras fontes como o petróleo, gás e o carvão. Por que para fazer isso por outro caminho levaria muito tempo e o resultado não daria certo. É uma posição. Ele está sendo muito criticado por ela. Eu mesmo não estou de acordo com essa idéia. Mas o que eu penso é que tudo o que o ser humano faz tem impactos sobre o meio físico, e se é assim, em todas as políticas públicas, e em todos os empreendimentos privados, esses impactos deveriam ser calculados previamente para saber se vale à pena correr o risco desses impactos no meio ambiente. E saber quem é que vai arcar com esses custos que eles vão produzir.Quando não se faz isso quem paga o preço é a sociedade enquanto algumas poucas pessoas se beneficiam do projeto específico. Não se trata penas de proteger o meio ambiente, não é isso. São vários estudo sérios que estão mostrando que nós já ultrapassamos os limites de segurança. Seja na área de mudanças climáticas ou padrões de produção e de consumo. Nós estamos consumindo mais do que a biosfera terrestre pode repor. Caminhamos para a falência. Mudanças climáticas são um problema já presente e em andamento."

SIMPÓSIO.

I SIMPÓSIO DE ÉTICA PROFISSIONAL EM BIOCIÊNCIAS

Dias 10 e 11 de Novembro na Sala de Seminarios do CEGOE - UFRPE


Publico-Alvo: Estudantes e Profissionais de Biociencias
Coordenaçao: Professoras Rejane Magalhaes de Mendonça Pimentel e Rosa Maria Nunes Galdino
Carga Horaria: 15 horas Horario: 8:30-12h e 14-18h nos dois dias
Numero de Vagas Limitado
Local de Inscriçao: Presencial - CEGOE e Predio Central da UFRPE das 9-12h e das 14-18h
Inscriçoes online: http://eticaembiociencias.blogspot.com/
Correio-e: eticaembiociencias@hotmail.com
Valor da Inscriçao: 15 reais + 1kg de alimento nao perecivel (facultativo)

sábado, 22 de outubro de 2011

ACIDENTE NUCLEAR DE FUKUSHIMA.


Estudo detecta plâncton radioativo em Fukushima.

Mostras recolhidas em julho por pesquisadores da Universidade de Tóquio revelaram altas concentrações de césio radioativo no plâncton marinho perto da usina nuclear de Fukushima, afetada pelo terremoto seguido de tsunami de março passado, informou neste sábado a emissora local NHK.

15/10/2011

http://noticias.terra.com.br/mundo/asia/terremotonojapao/noticias/0,,OI5413854-EI17716,00-Estudo+detecta+plancton+radioativo+em+Fukushima.html

Image mostra a usina de Fukushima momentos depois do tsunami, em março
Foto: Reuters

Os pesquisadores, pertencentes à faculdade de Ciências Marinhas e Tecnologia de Tóquio, disseram que as mostras, recolhidas em 60 km desde a costa de Iwaki, ao sul da usina, e a 3 km da margem, revelaram zooplâncton com até 669 becquerels por quilo de césio radioativo.

Segundo o estudo, uma grande variedade de peixes se alimenta deste plâncton com o que a contaminação poderia se acumular na cadeia alimentar e ter um impacto muito maior para espécies marinhas maiores. O líder da pesquisa, professor Takashi Ishimaru, afirmou à NHK que o zooplâncton foi contaminado pelas correntes marinhas, que arrastam a água contaminada ao sul da usina nuclear.

Segundo Takashi, os estudos com base nas mostras recolhidas são necessários para determinar durante quanto tempo a água contaminada afetará os peixes. No final de junho, a empresa administradora do complexo nuclear de Fukushima, Tokyo Electric Power Company (Tepco), já detectou estrôncio radioativo no leito marinho próximo à usina, mais especificamente estrôncio-89 e estrôncio-90, dois elementos gerados pela fissão de átomos de urânio, com vida média de 29 anos.

Desde o início da crise nuclear, em 11 de março, a Agência de Segurança Nuclear do Japão e o Ministério de Pesca do país realizam análises para investigar o impacto da acumulação das substâncias radioativas na vida marinha. Depois do início da crise atômica, a pior desde Chernobyl em 1986, estima-se que entre 21 de março e 30 de abril a usina tenha liberado ao mar cerca de 15 mil terabecquerels de césio e iodo radioativo.

TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO.

"Aguas caras para el Nordeste pobre.

Por Mario Osava, enviado especial
http://www.ipsnoticias.net/nota.asp?idnews=99393

Construcción de canal en el Eje Norte de la transposición del río São Francisco

Crédito: Mario Osava/IPS

SALGUEIRO, Brasil, oct (IPS) - El impacto visual es agresivo. Cerros aplanados, valles aterrados y los terraplenes que se extienden por muchos kilómetros. La intervención humana en la naturaleza del Nordeste de Brasil recuerda otras grandes construcciones, pero inquieta también por su enorme dimensión.

Son 713 kilómetros de canales, acueductos, embalses, túneles y sistemas de bombeo para subir las aguas del río São Francisco, que cruza buena parte del centroeste del país hasta los altiplanos y desemboca en el océano Atlántico, para abastecer cuencas que se secan durante el largo estiaje en el extremo nororiental, parte del llamado Polígono de las Sequías.

El transvase artificial se hace complejo porque los canales tienen que cumplir un declive preciso, de solo 10 centímetros por cada kilómetro, cruzando tierras de superficie ondulada, para escurrir lentamente el agua. Domar la topografía adversa exige 42 acueductos sobre bajadas y cinco túneles en montañas, además de inmensos terraplenes.

Para subir el agua a 300 metros en el eje este del proyecto y 170 metros en el eje norte se construirán nueve estaciones de bombeo, que consumirán mucha energía en su operación.


Lula y el obispo

Otrora conocido como "río de la unidad nacional", por constituir una hidrovía entre el centro y el Nordeste de Brasil, el São Francisco se convirtió en motivo de discordia después de sequías trágicas, especialmente la de 1993, que reavivaron la propuesta de transponer sus aguas como alternativa para solucionar la escasez hídrica en el interior semiárido del Nordeste.

La idea, nacida hace dos siglos, inspiró varios proyectos nunca ejecutados. Finalmente se puso en marcha el que está en desarrollo por decisión de Lula, originario del Nordeste e hijo de una familia que emigró a São Paulo, huyendo de la pobreza derivada en gran parte de las sequías.

La reacción de mayor repercusión la protagonizó Luiz Cappio, el obispo católico de una pequeña ciudad ribereña de la cuenca del São Francisco, que en 2005 y 2007 llevó adelante sendas huelgas de hambre para reclamar la suspensión del megaproyecto.

Por todo eso, el costo del proyecto ya alcanza los 6.850 millones de reales (unos 3.900 millones de dólares), admitió, en agosto, el Ministerio de Integración Nacional, responsable de la ejecución de las obras.

La inversión total será mayor a la prevista, ya que hay tramos paralizados, contratos a revisar y servicios adicionales a contratar. Además, la obra lleva un gran atraso. Iniciada en 2007 para que la inaugurara en 2010 el entonces presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011), difícilmente se concluya incluso en el mandato de su sucesora, Dilma Rousseff, que terminará en 2014.

Pero "no hay motivo para temores" respecto del precio que se cobrará por el agua a los consumidores, pues será "adecuado a la realidad local", aseguró José Luiz de Souza, coordinador de Proyectos de Apoyo al Desarrollo del Ministerio de Integración Nacional. Es que la población beneficiada está entre las más pobres de Brasil.

El precio considerará costos de operación y mantenimiento, garantizando la "sustentabilidad financiera" del proyecto, aclaró Souza. No se habla de recuperar las inversiones.

Oficialmente denominada Proyecto de Integración del Río São Francisco con Cuencas Hidrográficas del Nordeste Septentrional, la transposición de este curso fluvial asegurará oferta de agua de buena calidad a 12 millones de habitantes de 390 municipios, según el gobierno. Abarca los estados de Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba y Pernambuco.

El megaproyecto es caro, pero se justifica en una zona de grave déficit hídrico, sostiene la economista Tania Bacelar, profesora de la Universidad Federal de Pernambuco y experta en desarrollo del Nordeste.

El promedio de agua disponible en el Nordeste septentrional es de 450 metros cúbicos anuales por habitante, un tercio del mínimo recomendado por la Organización de las Naciones Unidas, según el Ministerio de Integración Nacional.

La integración de cuencas genera sinergia, es decir beneficio con creces, ya que el agua adicional favorece una mejor gestión hídrica.

El suministro asegurado en meses secos permite retener menos agua en los embalses, usándola en el desarrollo económico y reduciendo pérdidas por evaporación, arguyen las autoridades.

Sin embargo, las obras no logran consenso pese a los muchos argumentos favorables, incluyendo llamados a la solidaridad con el Nordeste, que cobija a 28 por ciento de los 192 millones de brasileños y cuencas con solo tres por ciento del agua dulce disponible en el país.

Vehementes opositores cuestionan la validez y la viabilidad del megaproyecto. Uno de ellos, el agrónomo João Suassuna, sentenció que el transvase "será un elefante blanco".

El río São Francisco viene perdiendo capacidad hídrica debido a la contaminación y a la sedimentación, además de la deforestación de sus costas, haciendo insustentable el nuevo destino de sus aguas ya sometidas a múltiples usos indebidos, afirmó.

Las represas ubicadas en este río generan 95 por ciento de la electricidad del Nordeste y sus aguas abastecen proyectos de irrigación en expansión, precisó.

La sequía de 2001 redujo severamente el volumen de su cauce, limitando su función energética, recordó. Por eso la prioridad debería ser la revitalización de la cuenca, ejecutada deficientemente hasta ahora, lamentó Suassuna, investigador de la Fundación Joaquim Nabuco, dependiente del Ministerio de Educación de Brasil y con sede en Recife, capital de Pernambuco.

Estas críticas son contrarrestadas por el gobierno nacional señalando que solo se desviará 1,4 por ciento del cauce del São Francisco, que equivale a 26 metros cúbicos por segundo. Un volumen mayor solo será transvasado cuando haya excedentes de agua en los embalses, asegura.

Históricamente solo ha sobrado agua, contadas veces, en Sobradinho, la mayor represa del río, observó el activista, recordando que el São Francisco tiene 60 por ciento de su extensión en el interior semiárido del propio Nordeste, donde sus afluentes son intermitentes, lo cual limita su alimentación.

"Hace 16 años que alerto sobre los riesgos de la transposición, pero ahora hablo de las consecuencias", dijo Suassuna, autor de decenas de artículos, muchos de ellos reunidos en un libro, con sus críticas al megaproyecto.

Las obras, que suprimen vegetación, agravan la desertificación de Cabrobó, el municipio donde empieza el eje norte del proyecto. Además, los canales interrumpirán las migraciones de animales, "impidiendo su reproducción no consanguínea", y llevarán a desequilibrios biológicos en cuencas receptoras al ingresar peces depredadores procedentes del río São Francisco, advirtió.

En su opinión, hay alternativas más baratas y eficaces. Un estudio de la Agencia Nacional de Aguas, reguladora estatal, sugiere un mejor aprovechamiento de los recursos hídricos existentes en el semiárido, como 70.000 azudes y aguas subterráneas.

Otra acción, que alcanza a la población rural, la más vulnerable a las sequías, es la captación y almacenaje de agua de lluvia, tanto en cisternas para consumo humano como en sistemas familiares y comunitarios para irrigación de la agricultura de pequeña escala.

La Articulación del Semiárido (ASA), que congrega casi 1.000 organizaciones y movimientos sociales de la zona, ya diseminó más de 350.000 cisternas y 9.000 depósitos para producción.

El riego a gran escala, que se pretendería promover con la transposición, "no es sustentable porque saliniza el suelo, debido a la fuerte evapotranspiración", según Jean Carlos Medeiros, coordinador del programa de cisternas, cuya meta es alcanzar un millón de unidades.

Esa salinización ya afectó la producción de melones en Rio Grande do Norte, recordó. Las iniciativas de ASA no sustituyen el objetivo de la transposición, que se destina principalmente a la población urbana, pero disputan inversiones gubernamentales y la prioridad en las políticas públicas.

Dirimir la controversia sobre el transvase de aguas del río São Francisco probablemente solo será posible cuando esté en operación la obra y se pueda evaluar los resultados y compararlos con los de la "microsolución" de las cisternas.

Pero eso demandará muchos años, ya que la construcción del megaproyecto avanza lentamente y hay quienes sospechan de que no se terminará nunca.(FIN/2011) "


Site da UNESCO: http://www.ipsnoticias.net/

PRESERVE O MEIO AMBIENTE. VOCÊ FAZ PARTE DELE.

EMPRESAS MAIS VERDES.

Newsweek divulga ranking das empresas mais verdes .

Publicação norte-americana classifica as 500 maiores companhias do planeta conforme critérios de sustentabilidade e coloca a seguradora Munich Re em primeiro lugar seguida pela gigante da informática IBM; o Bradesco aparece em quarto.

18/10/2011

http://www.institutocarbonobrasil.org.br/reportagens_carbonobrasil/noticia=728724

Cada vez mais estão surgindo rankings e listas das empresas mais engajadas com as questões climáticas e ambientais. Muitos são os institutos e organizações que realizam esses levantamentos e podemos dizer que existe até uma certa obsessão em tentar classificar as companhias como sustentáveis.

O lado negativo dessa proliferação dos rankings é que pode resultar no que chamamos de Greenwashing, quando negócios não tão amigáveis ao meio ambiente muitas vezes realizam ações mínimas para apenas conseguir figurar nessas listas e assim poder utilizar a palavra “sustentabilidade” em suas propagandas.

Mas o que há de realmente positivo é que o número dessas listas e a crescente importância que as empresas dão a elas deixam claro que a atenção com a questão ambiental é de grande relevância atualmente, mesmo que seja motivada pela redução de custos ou o acesso a novos mercados.

Assim, a busca por práticas de eficiência energética, reflorestamento ou apoio às fontes limpas está se tornando uma obrigação para todas as corporações. Afinal, ser uma vilã ambiental é muito ruim para os negócios.

O mais recente desses rankings foi divulgado neste domingo (16) pela revista norte-americana Newsweek. A publicação classificou as 500 maiores empresas mundiais conforme critérios de sustentabilidade que levam em conta os impactos ambientais e a transparência das informações disponibilizadas aos clientes.

A lista coloca a gigante Munich Re como a empresa mais verde do planeta com a pontuação (Green Score) de 83,6, onde o máximo seria 100. Em seguida aparecem a IBM com 82,5 e o Banco Nacional da Austrália com 82,2. O Bradesco, também com 82,2, vem em quarto lugar sendo a companhia brasileira mais bem classificada.

Outras empresas do Brasil presentes no ranking são: Santander (17), Banco do Brasil (50), Itaú (54), Eletrobrás (214), Grupo Pão de Açúcar (248), Vale (312), Petrobrás (364), Ambev (412) e Gerdau (463).

Como não possuem instalações industriais, as companhias financeiras acabam levando vantagem pelos critérios da Newsweek. Porém, a publicação garante que como o ranking leva em conta também o portfólio de investimentos dessas instituições, isso compensa em parte a falta de impactos ambientais diretos. Por exemplo, se um banco possui muitos investimentos em empresas com atividades prejudiciais ao meio ambiente, como mineradoras ou madeireiras, isto acaba refletindo em sua pontuação final.

Para chegar ao Green Score de cada empresa, a Newsweek soma a pontuação relativa ao Impacto Ambiental com outros dois fatores: Governança Ambiental e Transparência Ambiental.

A governança diz respeito às políticas, ações, programas e metas que cada companhia possui para lidar com a gestão de recursos naturais e com os impactos de suas atividades.

Já a pontuação por transparência é concedida para as empresas que divulguem para o público dados de sua pegada ambiental e inventários de emissões de gases do efeito estufa (GEEs).

Segundo a Newsweek, se os governos estão hesitantes em abraçar a economia de baixo carbono o mesmo não pode ser dito da iniciativa privada. A sustentabilidade corporativa é um dos temas mais relevantes no mundo dos negócios atualmente e praticamente todas as grandes empresas possuem planos de longo prazo e estão tornando suas atividades mais limpas e eficientes a cada ano.

As 500 companhias avaliadas pelo ranking são responsáveis pelas emissões de mais de 6 bilhões de toneladas de GEEs, o equivalente às emissões dos Estados Unidos.

Imagem: Newsweek.
por João Suassuna — Última modificação 20/10/2011 10:52

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

PROTEJA O MEIO AMBIENTE. VOCÊ FAZ PARTE DELE.

RISCO NUCLEAR.


"Produto radioativo vaza em indústria nuclear do governo em Resende (RJ)

A empresa, pertencente ao governo federal, confirma o caso, reconhece "falhas" em equipamentos, mas descarta danos aos funcionários e ao meio ambiente.


Vinicius Sassine

Fábrica de Combustível Nuclear em Resende (RJ): os vazamentos de urânio e de duas substâncias não radioativas foram alertados por funcionários.

Engenheiros e técnicos de segurança do trabalho detectaram três vazamentos dentro da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), em Resende (RJ), dois deles envolvendo substâncias químicas e um de urânio enriquecido (UO2), elemento altamente radioativo. A constatação dos vazamentos foi comunicada pelos engenheiros e técnicos a seus superiores por e-mails internos. O Correio teve acesso a cópias desses e-mails.

O pó de urânio vazou de um equipamento chamado homogeneizador e caiu no piso da sala. O episódio foi registrado em 14 de julho de 2009. Em janeiro de 2010, o alarme de atenção da fábrica foi acionado em razão do vazamento de gás liquefeito usado no forno que queima os excessos de gases resultantes da produção de pastilhas de urânio. E, em julho deste ano, um engenheiro suspeitou do vazamento de amônia e comunicou o ocorrido aos gerentes.

Os três casos não representaram riscos aos trabalhadores, ao meio ambiente e ao funcionamento da fábrica, garantem a diretoria da fábrica — pertencente ao governo federal — e a presidência da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), órgão responsável pela fiscalização de atividades radioativas no Brasil. “O urânio ficou numa sala confinada, hermeticamente fechada, não foi para o meio ambiente”, diz o diretor de Produção de Combustível Nuclear da FCN, Samuel Fayad Filho. Ele reconhece “falhas” nos equipamentos e diz que “todos os procedimentos foram tomados” em relação aos problemas detectados. “Não há vazamento de material radioativo em Resende”, assegura.

O Correio consultou especialistas para saber o que significam as informações que circularam internamente na FCN. Para o engenheiro nuclear Aquilino Senra, “é evidente que houve uma falha”. “Não era para o pó de UO2 sair dessa prensa”, diz o engenheiro nuclear, vice-diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “É uma anormalidade clara o vazamento de UO2 da prensa e a presença da substância no solo.

”Em relação ao vazamento de gás liquefeito, Aquilino afirma que “gás vazado não é boa coisa”. “Detectores existem para isso, mas o ponto é por que o gás vazou.” O Correio ouviu também um técnico ligado à Presidência da República, sob a condição de anonimato: “Não me parece um problema grave, pois a Presidência não foi avisada”, diz.

Funções.

A FCN é um conjunto de fábricas responsáveis pela montagem do elemento combustível, pela fabricação do pó e da pastilha de urânio e por uma pequena parte do enriquecimento de urânio. O mineral é extraído em Caetité (BA). O processo de enriquecimento é feito quase todo fora do país, mas parte dele já ocorre na FCN. Cabe à fábrica, além dessa pequena fatia do enriquecimento, produzir as pastilhas que serão utilizadas na geração de energia nuclear pelas usinas Angra 1 e Angra 2, em Angra dos Reis(RJ).

Hoje, a FCN é responsável pelo enriquecimento de 10% do urânio necessário para Angra 1 e de 5% para Angra 2, segundo Samuel Fayad. A FCN faz parte da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), subordinada ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT).

O episódio do vazamento de pó de urânio foi relatado por um técnico de segurança do trabalho às coordenações superiores. A Cnen confirmou ao Correio o alerta. “O fato é irrelevante em termos de segurança. O referido pó foi identificado em área controlada, dentro de ambiente com contenção para material radioativo, não afetando trabalhadores da unidade ou o meio ambiente”, sustenta o órgão, por meio da assessoria de imprensa.

Crise.

O setor de geração de energia nuclear vive um conflito e uma crise dentro do governo federal. O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Angelo Padilha, assumiu o cargo em 7 de julho, depois de o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, demitir Odair Dias Gonçalves.

Odair perdeu o cargo após revelações de que a usina Angra 2 operou por 10 anos sem licença definitiva e de que o Brasil passou a importar urânio em razão de licenças travadas. Até agora, a Agência Reguladora de Energia Nuclear é apenas um projeto, em razão de conflitos dentro do setor. A agência vai retirar da Cnen —

principal acionista das Indústrias Nucleares do Brasil — a função de regulação e fiscalização.

Quantidade em xeque.

O técnico de segurança do trabalho que enviou o e-mail sobre o vazamento de urânio aos superiores fala em “quantidade considerável de pó” na sala contaminada. O Correio questionou o diretor da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), Samuel Fayad, sobre a quantia liberada da máquina. No primeiro contato, na última sexta-feira, ele disse que “não passa de 500g”.

Depois, na segunda, dia 17, informou que a quantidade era entre 100g e 150g de pó de urânio enriquecido. Para o engenheiro nuclear Aquilino Senra, “meio quilo de urânio não é pouco, nem mesmo 150g”. “Imagine meio saco de açúcar espalhado no chão”, compara. O urânio é radioativo e os riscos são reais em caso de inalação.

Uma nota foi enviada ontem pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) ao Correio. A quantidade de pó que vazou do equipamento é de 150g, conforme o texto. “O material recolhido na limpeza foi segregado e destinado como rejeito de baixíssima atividade para armazenamento no depósito inicial da FCN Resende.”

O depósito tem licença da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), conforme a estatal. A área do piso atingida, “menor que1m2”,foiavaliadapeloServiçodeProteçãoRadiológica.Uma nota da Cnen, também enviada ontem, reproduz as informações fornecidas pela INB. “Sempre tomamos novas medidas para evitar o que aconteceu. Equipamentos podem dar problemas. Nosso trabalho é evitar que aconteça qualquer tipo de imprevisto”, ressalta o diretor da FCN.

por João Suassuna — Última modificação 19/10/2011 22:32

sábado, 15 de outubro de 2011

O Veneno está na mesa (filme completo)


O Brasil é o país do mundo que mais consome agrotóxicos: 5,2 litros/ano por habitante. Muitos desses herbicidas, fungicidas e pesticidas que consumimos estão proibidos em quase todo mundo pelo risco que representam à saúde pública.

O perigo é tanto para os trabalhadores, que manipulam os venenos, quanto para os cidadãos, que consumem os produtos agrícolas. Só quem lucra são as transnacionais que fabricam os agrotóxicos. A idéia do filme é mostrar à população como estamos nos alimentando mal e perigosamente, por conta de um modelo agrário perverso, baseado no agronegócio.

Como criar uma Unidade de Conservação

Clique na barra do quadro abaixo, no último ícone à direita, para visualizar tela inteira e ESC para retornar.

Conservação só no papel

SÃO PAULO - O Brasil tem atualmente 310 Unidades de Conservação (UC), que ocupam hoje 75 milhões de hectares, o equivalente a 8,5% do território nacional. Só nos últimos três anos, 6,168 milhões de hectares foram declarados como UC, dos quais 5,8 milhões estão na área da Amazônia Legal. Rômulo Mello, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, admite que o controle dessas áreas, criadas para preservar a biodiversidade, é difícil e requer tempo de implementação.





— O tempo de assinar um decreto e o tempo de implementar uma Unidade de Conservação são muito diferentes — diz Mello, acrescentando que o ICMBio foi criado apenas em 2007 justamente com o objetivo de implantar efetivamente os diferentes modelos de conservação.





Há dois tipos de unidades. As protegidas não podem ser exploradas e devem ser usadas para ecoturismo, pesquisa e educação ambiental. Nas demais, é possível explorar a natureza, mas de forma controlada, em pequena quantidade. ê esse controle que ainda é incipiente no país, conforme demonstram os números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).





— Precisamos de fiscalização mais intensa, implementar planos de manejo e promover a regularização fundiária — afirma Mello.





Nos últimos três anos, o Instituto Chico Mendes elaborou 60 planos de manejo, e outros cem estão sendo construídos, afirma ele.





De acordo com Mello, justamente por serem criadas por decreto, quando o instituto chega ao local das Unidades de Conservação constata que já há ali uma ocupação, seja por grileiros, grandes fazendeiros ou simplesmente comunidades que moram no local há anos.





A saída, acrescenta, é promover a regularização fundiária dessas áreas, o que nem sempre ocorre. Um dos exemplos de área de conflito é a Reserva Biológica do Gurupi, no Maranhão, onde uma força-tarefa de 170 pessoas, incluindo Ibama e Força Nacional, está agindo para impedir o trabalho de madeireiras ilegais.





— A reserva se sobrepõe à área indígena, e ainda há de posseiros a grandes fazendeiros. Em áreas como essa, o nível de implementação é muito difícil — diz Mello.





Ele admite problemas também na Reserva Extrativista Chico Mendes. Segundo Mello, parte da reserva foi ocupada por criadores de gado. Por isso, foi criado um grupo de trabalho, envolvendo os seringueiros, para discutir a nova ocupação.





— Não vai ser num estalar de dedos que vamos sair de um passivo ambiental elevado. Mas garanto que, para preservar, mesmo com todos os problemas, é melhor criar uma Unidade de Conservação do que não criar. Sem elas, a situação seria muito pior — afirma.


(Fonte: Da Agência Globo).



sexta-feira, 14 de outubro de 2011

BACIA DO SÃO FRANCISCO. PROTEÇÃO AMBIENTAL.




Bacia do São Francisco e RMBH terão R$ 7 milhões para

elaboração de projetos na área de resíduos sólidos.
Publicado em 11/10/2011 por magrineli








BELO HORIZONTE (05/10/11) – A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), através do fomento dos Consórcios Intermunicipais de Resíduos Sólidos, conseguiu, junto aos Ministérios das Cidades e do Meio Ambiente, R$ 7 milhões do PAC Resíduos Sólidos para a elaboração de projetos de destinação adequada do lixo em 151 municípios que compõem a bacia do rio São Francisco e a região metropolitana de Belo Horizonte.


As cidades contempladas fazem parte de 11 consórcios que tem como polo os municípios de Baldim, Betim, Bom Despacho, Divinópolis, Esmeraldas, Formiga, Januária, Matozinhos, Montes Claros, Nova Lima e Vespasiano. Os recursos financiarão projetos de engenharia e estudos ambientais regionalizados para construção de aterro sanitário, aterro de resíduos da construção civil, unidade de triagem, galpão de triagem, estação de transbordo de resíduos domiciliar e ponto de entrega voluntária de recicláveis.


A bacia do São Francisco receberá R$ 3 milhões para elaboração de 166 projetos em 124 municípios. Já para a região metropolitana de Belo Horizonte, o Ministério das Cidades aprovou R$ 4 milhões do PAC 2, beneficiando 27 cidades.


De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Bilac Pinto, a realização dos projetos é um grande passo para que os municípios consigam resolver a questão da destinação do lixo. “Com estes projetos em mãos, se torna mais fácil à captação de recursos junto aos governos federal e estadual, por parte das prefeituras e dos Consórcios Intermunicipais”, disse. Depois de concluídos, os projetos serão apresentados para pleitear recursos para execução. Mais de 4 milhões de pessoas serão beneficiadas.


Consórcios Intermunicipais


Desde 2007, o Governo de Minas vem incentivando a formação dos Consórcios Intermunicipais na área de resíduos sólidos para acabar com os lixões no Estado. A Sedru, em parceria com a Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), vem trabalhado para erradicar os lixões até 2014, prazo estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) para todos os Estados brasileiros.

“O consórcio é o grande trunfo no caso da política de Resíduos Sólidos, uma vez que paramos de pensar no problema de forma individualizada e começamos a enfrenta-lo de maneira regionalizada”, destacou o subsecretário Renato Andrade.

Até agora, a Sedru iniciou a formalização de 44 Consórcios Intermunicipais de Resíduos Sólidos, beneficiando 435 cidades ou mais da metade dos municípios do Estado.

Fonte para edição no Rema:
Ruben Siqueira siqueira.ruben@gmail.com
Comissão Pastoral da Terra / Bahia Articulação Popular São Francisco Vivo.
por João Suassuna — Última modificação 13/10/2011 14:53.

TIBURONES ATESTIGUAN PECADOS AMBIENTALES DE SUAPE.

Por Mario Osava, enviado especial

Las áreas verdes de conservación se observan detrás del puerto de Suape, fotografiado desde el océano Atlántico.

Crédito: Cortesía Asesoría de Comunicaciones de Suape

RECIFE, Brasil, oct (Tierramérica) - El puerto brasileño de Suape puede resultar eternamente absuelto de sus delitos ecológicos, por abrir puertas a una prosperidad sin precedentes en el pobre y nordestino estado de Pernambuco, y por haber nacido antes de que las exigencias ambientales se hicieran más rigurosas.

Pero testigos aspaventeros dramatizaron sus pecados originales, entre ellos la interrupción, por la construcción de terraplenes, del flujo de dos de los cuatro ríos que desembocan en la bahía de Suape, 40 kilómetros al sur de Recife, la capital de Pernambuco.

La construcción del puerto empezó en 1977, pero fue lenta por la dificultad de atraer empresas al complejo industrial que hace parte de su proyecto.

Los tiburones empezaron a atacar a los bañistas, en especial a los surfistas de las playas de Recife a partir de 1992, luego de que el puerto empezara a recibir navíos con mayor frecuencia, entre 1989 y 1991. Entre junio de 1992 y septiembre de 2006 se registraron 47 ataques con 17 muertos, según un estudio que Fabio Hazin, director del Departamento de Pesca y Acuicultura de la Universidad Federal Rural de Pernambuco, elaboró con dos colegas investigadores y que apunta posibles causas del fenómeno.

La cantidad de ataques es alta para un tramo costero de solo 20 kilómetros, considerando que el promedio mundial no alcanza a un centenar por año, la mayoría en Australia, Estados Unidos y Sudáfrica. También es sorprendente el brote repentino. En Recife no se conocían antes estos hechos, lo que descarta explicaciones como la mayor concurrencia de surfistas, presentes desde la década de 1960, o la topografía submarina favorable al arribo de peces grandes, que es permanente, arguyó Hazin, quien preside el Comité Estadual de Monitoreo de Incidentes com Tiburones.

Las evidencias apuntan al puerto de Suape como factor de esa erupción, ya que los tiburones suelen seguir a los buques, aumentando el riesgo de ataques cercanos a zonas portuarias. Los casos en Recife se multiplicaron en los meses en que la terminal recibió más de 30 navíos, observo Hazin.

Otro posible factor fue el relleno de la desembocadura de los ríos Ipojuca y Merepe en la bahía de Suape, para preparar instalaciones portuarias y de numerosas industrias. Se bloqueó así el acceso a los tiburones toro (Carcharhinus leucas), cuyas hembras buscan águas de menor salinidad para el desove.

En consecuencia, la especie se desplazó al estuario del río Jaboatão, más cerca de Recife y cuyas aguas influyen en las playas más afectadas por los ataques. Esa migración también se estimuló por la reducción de plancton en Suape, otro impacto ambiental del puerto, que redujo la afluencia de peces y crustáceos en busca de alimentos, añadió Hazin.

A eso se suma un canal submarino profundo que se acerca a las playas de Boa Viagem y Piedade, que concentraron "casi 80 por ciento" de los incidentes estudiados, destacó.

Además, la contaminación del río Jaboatão, que acarrea sangre y entrañas de animales, puede haber contribuido a atraer especialmente al tiburón toro, una especie más agresiva y la mayor protagonista de los ataques.

Estos dos últimos factores, ajenos al puerto, son naturalmente enfatizados por los defensores de Suape, que tiene la segunda mejor gestión ambiental de las terminales portuarias brasileñas, según la Agencia Nacional de Transportes Acuáticos, órgano regulador estatal.

El Complejo Industrial Portuario de Suape Gobernador Eraldo Gueiros ocupa 13.500 hectáreas alrededor de la bahía, pero 59 por ciento de esa superficie está destinada a la preservación ambiental, una proporción que causó "admiración entre europeos", dijo a Tierramérica el responsable de gestión de la Secretaría de Desarrollo Económico (SDEC) de Pernambuco, Roberto de Abreu e Lima.

Inicialmente se previa 45 por ciento, "pero ampliamos el área ambiental, además de crear corredores ecológicos para conservar mejor la biodiversidad", explicó el funcionario de la entidad gestora del puerto. Hay otros desafíos, como recomponer manglares y bosques en lãs orillas de los ríos, reconoció.

Suape es una palabra de la lengua de los indígenas caetés, diezmados en el litoral de Pernambuco y obligados a migrar al interior en el siglo XVI. Significa "caminos sinuosos", y sirvió para nombrar el estuario de "ríos y manglares de muchas curvas", explicó a Tierramérica un asesor de la dirección de la SDEC, Daniel Cabral.

El Centro de Tecnología Ambiental, creado en asociación con la estatal petrolera Petrobrás, monitoreará agua, aire y suelo de todo el Complejo, acotó Abreu e Lima.

Suape es "un puerto natural", de aguas profundas en la costa y en la bahía, que por eso exigió poca intervención, a excepción de una brecha de 300 metros en los arrecifes que protegen los embarcaderos, señaló a Tierramérica el gerente de segmentos económicos en la SDEC, Felipe Chaves.

Pero las interferencias humanas –como la construcción de un puerto sumada al polo industrial– afectan los ecosistemas marinos de manera difícil de evaluar, y los ataques de tiburones representan "la pequeña parte visible" de esos impactos, advirtió Hazin.

Si Suape se hubiera construido en años más recientes, habría enfrentado fuertes objeciones, como les toca a proyectos ahora en desarrollo. El privado Porto Sul, en Bahía, estado vecino al sur de Pernambuco, cambió de emplazamiento este año por protestas ambientalistas de que amenazaba bosques protegidos y manglares.

El Superporto do Açú, también privado y concebido como gigantesco complejo industrial 320 kilómetros al norte de Río de Janeiro, sufre constantes protestas de agricultores desalojados, ambientalistas y pobladores.

En 1975, Suape sufrió duras críticas de intelectuales pernambucanos que, en un manifiesto de gran repercusión, acusaron al proyecto de haber nacido de una decisión "autoritaria" y de amenazar el floreciente turismo de un "patrimonio artístico" creado por la naturaleza. las cuestiones ambientales no tenían vigência aun.

Hoy, la multitud de trabajadores llegados a la zona afecta el turismo, al convertir hoteles y viviendas familiares en alojamientos obreros, incluso en playas cercanas, como las de Porto de Galinhas, un centro turístico internacional situado 20 kilómetros al sur de Suape. El congestionamiento de los accesos desalienta a los turistas.Pero la mayoría de los propietarios no se quejan, ganan más con sus hoteles llenos y sin bajar precios, dijo a Tierramérica la coordinadora de recursos naturales del vecino municipio Cabo de Santo Agostinho, Rubia Melo.

Pero las ciudades aledañas sufren la contaminación del aire por el polvo, los miles de autobuses y camiones que ocupan carreteras y calles y el exceso repentino de demanda de transporte, saneamiento, salud y vivienda, describió.

Pero, pronosticó Melo, "si se logra mitigar los impactos" a la brevedad, "el futuro será mejor para la población local".

* El autor es corresponsal de IPS. Publicado originalmente el 8 de octubre por la red latinoamericana de diários de Tierramérica.
(FIN/2011).

LIXO HOSPITALAR NO PORTO DE SUAPE.

PF vai pedir a Interpol que investiga transporte de lixo hospitalar.
Meta é abrir inquérito nos EUA para investigar responsáveis pelo envio da carga para Pernambuco. Novo contêiner trazido por empresa do Agreste foi descoberto quarta-feira no Porto de Suape
Publicado em 13/10/2011, às 19h03
Do JC Online

Foto: Bernardo Soares/JC Imagem
A Receita Federal informou, na manhã desta quinta-feira, que a Polícia Federal (PF) vai manter contato com a Interpol para que um inquérito policial seja instaurado nos Estados Unidos com o objetivo de investigar e punir os responsáveis pela empresa americana que enviou dois contêineres ao Brasil, por meio do Porto de Suape, com toneladas de lixo hospitalar. Ontem, mais um contêiner com material infectado foi descoberto. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prepara um relatório detalhado sobre todo o material apreendido.
Agentes da Anvisa e da Polícia Federal também vão investigar a remessa de outros seis contêineres. Todos foram exportados pelo mesmo grupo norte-americano e importados por uma empresa pernambucana do ramo de confecções situada no município de Santa Cruz do Capibaribe, Agreste de Pernambuco.
O primeiro contêiner, que chegou ao Porto de Suape, no Grande Recife, há 15 dias, foi aberto na terça-feira. Havia lençóis sujos de sangue, cateteres, seringas, luvas, gazes e ataduras usadas. O material foi classificado nos grupos A e E. O primeiro é composto por resíduos que apresentam risco potencial à saúde pública e ao meio ambiente, devido à presença de agentes biológicos como sangue, excreções, secreções e líquidos orgânicos. O segundo inclui agulhas, bisturis e ampolas de vidro. Toda a carga, no entanto, estava identificada na documentação de importação como tecido de algodão com defeito.
Ontem, ao abrir o segundo contêiner também com 23 toneladas, foi detectado material infectante como lençóis, fronhas, toalhas de banho, batas, pijamas e roupas de bebês. No material sujo, identificado com o nome de vários hospitais norte-americanos, também foram encontrados resquícios de matéria orgânica. Todo o material inspecionado foi recolocado no contêiner e lacrado pela Anvisa

PROTEJA O MEIO AMBIENTE. VOCÊ FAZ PARTE DELE.

ENCONTRO DA FRENTE CONTRA USINA SUJA EM PERNAMBUCO.

O que
Quando 17/10/2011
de 19:30 até 21:30
Onde Auditório do SIMEPE - Recife PE

PLANTE ÁRVORES. PRODUZA CRÉDITOS DE CARBONO.

BAHIA GANHA SEGUNDA FÁBRICA DE AEROGERADORES.


A Alstom inaugura, no dia 30 de novembro, a sua primeira fábrica de aerogeradores das Américas em Camaçari, na Bahia. A francesa é uma das líderes mundiais em infraestrutura para os mercados de geração e transmissão de energia e transporte ferroviário. A oitava fábrica do grupo no país contribuirá para a região com soluções em geração de energia limpa e renovável.

13/10/2011


A fábrica que conta com investimentos de R$ 50 milhões, será responsável pela fabricação e montagem de nacelles com capacidade instalada de 300 MW/ano, gerando 150 empregos diretos e 500 indiretos até 2012. Além do mercado nacional, a Alstom vai atender a outros projetos na América Latina. A previsão é que cerca de 2/3 da produção fique no Brasil.

por João Suassuna — Última modificación 14/10/2011 09:01

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

ONGs contestam números da transposição .

Clique na barra do quadro abaixo, no último ícone à direita, para visualizar tela inteira e ESC para retornar.


(Fonte:Blog Ciência e Meio Ambiente)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Brasil alcança marca de 1 gigawatt de potência instalada de energia eólica.

Produção é suficiente para suprir cidade com 1,5 milhão de habitantes. Potencial do país é maior; veja mapa com áreas propícias. Usinas eólicas instaladas no Rio Grande do Sul (Foto: Divulgação/ABEEólica)

A reportagem é do G1

O Brasil alcançou pela primeira vez, em junho, a potência de 1 gigawatt (GW) de energia elétrica gerada nos parques eólicos instalados, principalmente, nas regiões Nordeste e Sul do país.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o potencial, suficiente para abastecer uma cidade com população com 1,5 milhão de habitantes, é proveniente do funcionamento de 51 parques eólicos, distribuídos por nove estados.

Mas o potencial nacional para energia limpa vinda dos ventos poderia ser bem maior se os custos para instalação das torres e do sistema de distribuição fossem menores e houvesse ainda mais incentivos públicos.

A expectativa da ABEEólica é de que, até 2013, a matriz energética brasileira receba 5,3 GW gerados por turbinas movidas por ventos. Os investimentos devem ultrapassar os R$ 25 bilhões e serão feitos pela iniciativa privada, através de incentivos dados pelo governo federal pelo Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica). Estão em construção atualmente outras 36 usinas eólicas, com capacidade de gerar mais 1 GW, e que devem operar ainda este ano.

Atraso

Porém, o número ainda é baixo se comparado a outros países emergentes como China e Índia, que desde 2010 estão entre as cinco nações que mais detêm este tipo de tecnologia, segundo o Conselho Internacional de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês).

“O Brasil ainda tem um megapotencial para energia hidrelétrica e facilidade para energia térmica. Além disso, a exploração é feita pelas fontes consideradas mais baratas”, disse Pedro Perrelli, diretor-executivo da ABEEólica.

O preço do MWh proveniente de usinas eólicas tem registrado constante queda. O valor estava em torno de R$ 148, mas já caiu para R$ 135 o MWh em 2011, segundo a ABEEólica. Entretanto, não se equipara ao custo da energia elétrica gerada por hidrelétricas (R$ 115 por MWh).

Mapa

Muitas regiões do país ainda são pouco exploradas quando se trata da questão eólica. De acordo com a ABBEólica, apenas nove estados brasileiros têm uma ou mais usinas com turbinas eólicas (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí). Entretanto, de acordo com o mapa abaixo, estados como Mato Grosso do Sul, Roraima e São Paulo têm potencial para fornecer este tipo de energia.

O governo de São Paulo já reconheceu o potencial elétrico dos ventos e encomendou estudo à Secretaria de Energia para verificar quais regiões do estado podem receber torres eólicas.


(Ecodebate, 12/07/2011) publicado pela IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.

ENERGIA EÓLICA.

"Brasil alcança marca de 1 gigawatt de

potência instalada de energia eólica.
Publicado em julho 12, 2011 por HC
Tags: energia, energia eólica
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Produção é suficiente para suprir cidade com 1,5 milhão de habitantes. Potencial do país é maior; veja mapa com áreas propícias.

Usinas eólicas instaladas no Rio Grande do Sul (Foto: Divulgação/ABEEólica)
A reportagem é do G1, 09-07-2011.

O Brasil alcançou pela primeira vez, em junho, a potência de 1 gigawatt (GW) de energia elétrica gerada nos parques eólicos instalados, principalmente, nas regiões Nordeste e Sul do país.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o potencial, suficiente para abastecer uma cidade com população com 1,5 milhão de habitantes, é proveniente do funcionamento de 51 parques eólicos, distribuídos por nove estados.

Mas o potencial nacional para energia limpa vinda dos ventos poderia ser bem maior se os custos para instalação das torres e do sistema de distribuição fossem menores e houvesse ainda mais incentivos públicos.

A expectativa da ABEEólica é de que, até 2013, a matriz energética brasileira receba 5,3 GW gerados por turbinas movidas por ventos. Os investimentos devem ultrapassar os R$ 25 bilhões e serão feitos pela iniciativa privada, através de incentivos dados pelo governo federal pelo Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica). Estão em construção atualmente outras 36 usinas eólicas, com capacidade de gerar mais 1 GW, e que devem operar ainda este ano.

Atraso

Porém, o número ainda é baixo se comparado a outros países emergentes como China e Índia, que desde 2010 estão entre as cinco nações que mais detêm este tipo de tecnologia, segundo o Conselho Internacional de Energia Eólica (GWEC, na sigla em inglês).

“O Brasil ainda tem um megapotencial para energia hidrelétrica e facilidade para energia térmica. Além disso, a exploração é feita pelas fontes consideradas mais baratas”, disse Pedro Perrelli, diretor-executivo da ABEEólica.

O preço do MWh proveniente de usinas eólicas tem registrado constante queda. O valor estava em torno de R$ 148, mas já caiu para R$ 135 o MWh em 2011, segundo a ABEEólica. Entretanto, não se equipara ao custo da energia elétrica gerada por hidrelétricas (R$ 115 por MWh).

Mapa

Muitas regiões do país ainda são pouco exploradas quando se trata da questão eólica. De acordo com a ABBEólica, apenas nove estados brasileiros têm uma ou mais usinas com turbinas eólicas (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí). Entretanto, de acordo com o mapa abaixo, estados como Mato Grosso do Sul, Roraima e São Paulo têm potencial para fornecer este tipo de energia.

O governo de São Paulo já reconheceu o potencial elétrico dos ventos e encomendou estudo à Secretaria de Energia para verificar quais regiões do estado podem receber torres eólicas."


(Ecodebate, 12/07/2011) publicado pela IHU On-line, parceiro estratégico do EcoDebate na socialização da informação.

O Veneno Está na Mesa - O filme completo.


Sinopse
O Brasil é o país do mundo que mais consome agrotóxicos: 5,2 litros/ano por habitante. Muitos desses herbicidas, fungicidas e pesticidas que consumimos estão proibidos em quase todo mundo pelo risco que representam à saúde pública.

O perigo é tanto para os trabalhadores, que manipulam os venenos, quanto para os cidadãos, que consumem os produtos agrícolas. Só quem lucra são as transnacionais que fabricam os agrotóxicos. A idéia do filme é mostrar à população como estamos nos alimentando mal e perigosamente, por conta de um modelo agrário perverso, baseado no agronegócio.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

USINA NUCLEAR EM PERNAMBUCO: NÃO!!!





Divulgue, comente, fale, poste, se posicione.
Somos contra usinas nucleares em Pernambuco, no Nordeste e no Brasil


PARTICIPE DA CARAVANA ANTINUCLEAR
No período de 28 a 31 de outubro a Caravana Antinuclear estará percorrendo os municípios pernambucanos de Jatobá, Floresta, Itacuruba e Belém de São Francisco. O objetivo é trazer para estas cidades sertanejas informações sobre o que pode acontecer se a usina nuclear for construído na região, além de mostrar outras opções energéticas como a energia solar e a energia eólica.
Vamos ter exposição de fotografia “Mãos de Césio”, debates, feira de ciências com protótipos de aproveitamento da energia solar e energia eólica, apresentação da peça “Bicho Homem”, cantadores e muito mais. Tudo para ajudar você a compreender as desvantagens da instalação da usina nuclear na região e como é possível gerar energia elétrica a partir do sol, dos ventos, de outras maneiras que não destroem a natureza. A Caravana Antinuclear espera alertar as populações para os riscos da instalação dessa usina. O governo decidiu e planeja instalar a usina nuclear, mas não faz um diálogo com o povo da região para que ele fique ciente dos riscos, principalmente à saúde e ao meio ambiente. A Caravana vem para cumprir esse papel, ajude a mobilizar o maior número de pessoas.
A sua participação é muito importante. Convide outras pessoas da sua família, do trabalho, da escola, da igreja e venham participar. Todas as atividades da Caravana serão gratuitas. Mesmo você que mora em outros municípios da região, organize um grupo da sua associação, do seu sindicato, da sua igreja e vamos juntos dizer NÃO A INSTALAÇÃO DE USINAS NUCLEARES EM PERNAMBUCO, NO NORDESTE E NO BRASIL.
Mais informações e agenda completa das atividades da Caravana Antinuclear nas cidade acesse:
www.MESPE.com.br
Atenciosamente,

Movimento Ecossocialista de Pernambuco
site: www.mespe2011.ning.com
e-mail: mespe2011@gmail.com
Twitter: @mespe2011
Facebook: www.facebook.com/mespe2011

"ELFUTURO DE BRASIL ES LA ECONOMIA DEL CONOCIMIENTO NATURAL"


PORTO DE GALINHAS, Brasil, oct (Tierramérica) - Brasil puede liderar una nueva agenda global de desarrollo sustentable y convertirse en una potencia ambiental, sostiene Carlos Nobre, uno de los principales especialistas mundiales en cambio climático.
04/10/2011
http://www.ipsnoticias.net/nota.asp?idnews=99280

Además de una serie de condiciones naturales del país, la sociedad brasileña tiene conciencia de que ese futuro es posible, estima Nobre, secretario de Políticas y Programas de Investigación y Desarrollo del Ministerio de Ciencia y Tecnología y profesor de posgrados del Instituto Nacional de Investigaciones Espaciales.

Brasil tiene potencial para explorar un nuevo modelo de desarrollo tropical, utilizando plenamente la energía renovable y la economía del conocimiento natural, dijo a Tierramérica este ingeniero y doctor en meteorología que ha investigado el clima de la Amazonia y es uno de los galardonados con el premio Nobel de la Paz que recibió en 2007 el Panel Intergubernamental de Expertos sobre el Cambio Climático.

Nobre habló con Tierramérica en exclusiva durante el XIV Congreso Mundial del Agua de la International Water Resources Association (IWRA), que se realizó del 25 al 29 de septiembre en Porto de Galinhas, en el nordestino estado brasileño de Pernambuco.

TIERRAMÉRICA: ¿Qué evaluación hace casi 20 años después de la Cumbre de la Tierra, celebrada en Río de Janeiro?

CARLOS NOBRE: La convención sobre cambio climático (adoptada en 1992) no logró crear el ímpetu para un movimiento global de reducción de emisiones.

El esfuerzo debe ser, por equidad y justicia, primero de los países que históricamente más emitieron y, en segundo lugar, de los países en desarrollo, que tendrán también que adecuarse a reducir los gases de efecto invernadero, si queremos realmente entrar en una trayectoria menos peligrosa.

La temperatura global aumentaría entre tres y cinco grados a fines de este siglo. Eso es mucho. Ya subió 0,8 grados en 200 años. Esa trayectoria es bastante pesimista.

TIERRAMÉRICA: Entonces no se avanzó en ese aspecto desde 1992.

CN: En 2010 se registró el mayor volumen de emisiones de la historia de la civilización humana: casi 45 por ciento más que las emisiones de 1990 en dióxido de carbono y otros gases invernadero. No hay forma de mirar esos números sin preocuparse.

Cambiar el clima en 200 años, lo que lleva 20.000 o 30.000 años según los ciclos naturales de la Tierra, es una mudanza muy abrupta para la manera en que la naturaleza se ajusta a los ciclos naturales.

Y la primera víctima directa es la biodiversidad, que es muy variable. El ritmo natural de emergencia de una especie se cuenta en cientos de miles de años, pero la extinción es muy rápida, basta una perturbación.

Los biólogos estiman que si ese escenario pesimista persiste hasta el final del siglo sin control, estará amenazada la existencia de 40 por ciento de todas las especies. Esto es un gran cataclismo para la vida del planeta Tierra.

TIERRAMÉRICA: ¿Cómo puede afectar el cambio climático los recursos hídricos?

CN: El clima es más variable, y los sistemas de producción de los que dependemos para vivir se perturban. Por ejemplo: hoy hay un gran número de desastres naturales y la capacidad de resiliencia está disminuyendo.

Ese es el aspecto que importa cuando hablamos de la falta de agua: las proyecciones de las mudanzas climáticas en el siglo afectan las regiones semiáridas, donde está la pobreza del mundo.

En 100 años, el nivel del mar puede subir entre 50 centímetros y 1,4 metros. Eso inundará muchas áreas costeras bajas donde viven centenas de miles de personas que tendrán que ser reubicadas.

En general, con grandes aumentos de temperatura y con extremos meteorológicos, la agricultura global sufre porque las olas de calor aumentan, así como las sequías, que se hacen imprevisibles. El problema es que la agricultura ya usa tres cuartos de los recursos hídricos disponibles, está en su límite.

TIERRAMÉRICA: ¿Cómo se coloca Brasil en este contexto de crisis climática?

CN: Existe sin duda una crisis y para Brasil no es diferente. No sólo es étnicamente una mezcla de culturas, sino también una mezcla climática y ecológica y sufre todos los problemas globales. El cuadro de regiones semiáridas es agudo en el Nordeste de Brasil, que es el semiárido más poblado del mundo, con 20 millones de personas.

Los desastres naturales están aumentando mucho en Brasil, con inundaciones, deslizamientos, olas de calor, contaminación y un ambiente cada vez más inhóspito para la calidad de vida.

La mayor vulnerabilidad ecológica está en la Amazonia y en el Cerrado, donde hay un riesgo enorme de extinción de especies a gran escala, jamás vista por la humanidad.

Estamos hablando de una posibilidad de variación en la Amazonia no vista en decenas de millones de años, una mudanza de la floresta que podría tornarse en una sabana empobrecida. Si el clima cambia mucho en 200 años, perderemos gran parte de la selva amazónica.

TIERRAMÉRICA: Ésas son previsiones muy catastróficas. ¿Cómo puede Brasil liderar un movimiento de desarrollo más sostenible?

CN: Brasil es un país muy rico en recursos naturales, más que India y China. La demografía brasileña es muy favorable, y hay una aspiración de desarrollo sustentable. La población (hoy de 192 millones de personas) debe estabilizarse en los próximos 15 años y no pasar de 215 millones.

Brasil puede, al contrario de China e India, planificar un desarrollo mucho más equilibrado y un futuro sustentable, pues tiene una cantidad de recursos naturales que tal vez ningún otro país en el mundo tenga.

Hoy ya usa 46 por ciento de fuentes renovables de energía y puede llegar a 2050 con cerca de 80 por ciento de su matriz renovable. Todo esto permite trazar un futuro como uno de los países más limpios.

TIERRAMÉRICA: ¿Usted cree realmente que Brasil, una de las naciones emergentes, quiera transformarse en una potencia ecológica?

CN: Hoy existe una conciencia en la sociedad brasileña de que ese futuro es posible. Brasil no quiere ser una potencia hegemónica militar, pero tiene un potencial de explorar un nuevo modelo de desarrollo tropical y de ser una potencia ambiental utilizando plenamente la energía renovable en un plazo de 20 a 30 años.

La economía de Brasil no puede separarse de la economía del conocimiento natural. El gran diferencial es una economía del conocimiento natural. El país puede ser un líder mundial de esa nueva visión con la aplicación del conocimiento, y esa es la imagen que debe dar en la cumbre de Río+20 (Conferencia de las Naciones Unidas sobre el Desarrollo Sostenible).

Queremos ser el país más limpio del mundo en los sectores energéticos, en la producción y en el modelo de agricultura sustentable.

* La autora es colaboradora de IPS. Este artículo fue publicado originalmente el 1 de octubre por la red latinoamericana de diarios de Tierramérica.
(FIN/2011)

por João Suassuna — Última modificação 04/10/2011 09:46

O BRASILEIRO COME VENENO.


Para o conhecimento de todos...

O documentarista Silvio Tendler fala sobre seu filme/denúncia contra os rumos do modelo adotado na agricultura brasileira

01/08/2011- Jornal BRASIL DE FATO - Aline Scarso, da Redação

Silvio Tendler é um especialista em documentar a história brasileira. Já o fez a partir de João Goulart, Juscelino Kubitschek, Carlos Mariguela, Milton Santos, Glauber Rocha e outros nomes importantes. Em seu último documentário, Silvio não define nenhum personagem em particular, mas dá o alerta para uma grave questão que atualmente afeta a vida e a saúde dos brasileiros: o envenenamento a partir dos alimentos.

Em O VENENO ESTÁ NA MESA, lançado na segunda-feira (25) no Rio de Janeiro, o documentarista mostra que o Brasil está envenenando diariamente sua população a partir do uso abusivo de agrotóxicos nos alimentos. Em um ranking para se envergonhar, o brasileiro é o que mais consome agrotóxico em todo o mundo, sendo 5,2 litros a cada ano por habitante. As consequências, como mostra o documentário, são desastrosas.

Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Silvio Tendler diz que o problema está no modelo de desenvolvimento brasileiro. E seu filme, que também é um produto da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, capitaneada por uma dezena de movimentos sociais, nos leva a uma reflexão sobre os rumos desse modelo. Confira.

Brasil de Fato – Você que é um especialista em registrar a história do Brasil, por que resolveu documentar o impacto dos agrotóxicos sobre a agricultura e não um outro tema nacional?

Silvio Tendler – Porque a partir de agora estou querendo discutir o futuro e não mais o passado. Eu tenho todo o respeito pelo passado, adoro os filmes que fiz, adoro minha obra. Aliás, meus filmes não são voltados para o passado, são voltados para uma reflexão que ajuda a construir o presente e, de uma certa forma, o futuro. Mas estou muito preocupado. Na verdade esse filme nasceu de uma conversa minha com [o jornalista e escritor] Eduardo Galeano em Montevidéu [no Uruguai] há uns dois anos atrás, em que discutíamos o mundo, o futuro, a vida. E o Galeano estava muito preocupado porque o Brasil é o país que mais consumia agrotóxico no mundo. O mundo está sendo completamente intoxicado por uma indústria absolutamente desnecessária e gananciosa, cujo único objetivo realmente é ganhar dinheiro. Quer dizer, não tem nenhum sentido para a humanidade que justifique isso que está se fazendo com os seres humanos e a própria terra. A partir daí resolvi trabalhar essa questão. Conversei com o João Pedro Stédile [coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], e ele disse que estavam preocupados com isso também. Por coincidência, surgiu a Campanha permanente contra os Agrotóxicos, movida por muitas entidades, todas absolutamente muito respeitadas e respeitáveis. Fizemos a parceria e o filme ficou pronto. É um filme que vai ter desdobramentos, porque eu agora quero trabalhar essas questões.

Então seus próximos documentários deverão tratar desse tema?

Pra você ter uma ideia, no contrato inicial desse documentário consta que ele seria feito em 26 minutos, mas é muita coisa pra falar. Então ficou em 50 [minutos]. E as pessoas quando viram o filme, ao invés de me dizerem ‘está muito longo’, disseram ‘está curto, você tem que falar mais’. Quer dizer, tem que discutir outras questões, e aí eu me entusiasmei com essa ideia e estou querendo discutir temas conexos à destruição do planeta por conta do modelo de desenvolvimento perverso que está sendo adotado. Uma questão para ser discutida de forma urgente, que é conexa a esse filme, é o agronegócio. É o modelo de desenvolvimento brasileiro. Quer dizer, porque colocar os trabalhadores para fora da terra deles para que vivam de forma absolutamente marginal, provocando o inchaço das cidades e a perda de qualidade de vida para todo mundo, já que no espaço onde moravam cinco, vão morar 15? Por que se plantou no Brasil esse modelo que expulsa as pessoas da terra para concentrar a propriedade rural em poucas mãos, esse modelo de desenvolvimento, todo ele mecanizado, industrializado, desempregando mão de obra para que algumas pessoas tenham um lucro absurdo? E tudo está vinculado à exploração predatória da terra. Por que nós temos que desenvolver o mundo, a terra, o Brasil em função do lucro e não dos direitos do homem e da natureza? Essas são as questões que quero discutir.

Você também mostrou que até mesmo os trabalhadores que não foram expulsos do campo estão morrendo por aplicar em agrotóxicos nas plantações. O impacto na saúde desses agricultores é muito grande...

É mais grave que isso. Na verdade, o cara é obrigado a usar o agrotóxico. Se ele não usar o agrotóxico, ele não recebe o crédito do banco. O banco não financia a agricultura sem agrotóxico. Inclusive tem um camponês que fala isso no filme, o Adonai. Ele conta que no dia em que o inspetor do banco vai à plantação verificar se ele comprou os produtos, se você não tiver as notas da semente transgênica, do herbicida, etc., você é obrigado a devolver o dinheiro. Então não é verdade que se dá ao camponês agricultor o direito de dizer ‘não quero plantar transgênico’, ‘não quero trabalhar com herbicidas’, ‘quero trabalhar com agricultura orgânica, natural’. Porque para o banco, a garantia de que a safra vai vingar não é o trabalho do camponês e a sua relação com a terra, são os produtos químicos que são usados para afastar as pestes, afastar pragas. Esse modelo está completamente errado. O camponês não tem nenhum tipo de crédito alternativo, que dê a ele o direito de fazer um outro tipo de agricultura. E aí você deixa as pessoas morrendo como empregadas do agronegócio, como tem o Vanderlei, que é mostrado no filme. Depois de três anos fazendo a tal da mistura dos agrotóxicos, morreu de uma hepatopatia grave. Tem outra senhora de 32 anos que está ficando totalmente paralítica por conta do trabalho dela com agrotóxico na lavoura do fumo.

A impressão que dá é que os brasileiros estão se envenenando sem saber. Você acha que o filme pode contribuir para colocar o assunto em discussão?

Eu acho que a discussão é exatamente essa, a discussão é política. Eu, de uma certa maneira, despolitizei propositadamente o documentário. Eu não queria fazer um discurso em defesa da reforma agrária ou contra o agronegócio para não politizar a questão, para não parecer que, na verdade, a gente não quer comer bem, a gente quer dividir a terra. E são duas coisas que, apesar de conexas, eu não quis abordar. Eu não quis, digamos assustar a classe média. Eu só estou mostrando os malefícios que o agrotóxico provoca na vida da gente para que a classe média se convença que tem que lutar contra os agrotóxicos, que é uma luta que não é individual, é uma luta coletiva e política. Tem muita gente que parte do princípio ‘ah, então já sei, perto da minha casa tem uma feirinha orgânica e eu vou me virar e comer lá’, porque são pessoas que têm maior poder aquisitivo e poderiam comprar. Mas a questão não é essa. A questão é política porque o agrotóxico está infiltrado no nosso cotidiano, entendeu? Queira você ou não, o agrotóxico chega à sua mesa através do pão, da pizza, do macarrão. O trigo é um trigo transgênico e chega a ser tratado com até oito cargas de pulverizador por ano. Você vai na pizzaria comer uma pizza deliciosa e aquilo ali tem transgênico. O que você está comendo na sua mesa é veneno. Isso independe de você. Hoje nada escapa. Então, ou você vai ser um monge recluso, plantando sua hortinha e sua terrinha, ou se você é uma pessoa que vai ficar exposta a isso e será obrigada a consumir.

Como você avalia o governo Dilma a partir dessa política de isenção fiscal para o uso de agrotóxico no campo brasileiro?

Deixa eu te falar, o governo Dilma está começando agora, não tem nenhum ano, então não dá para responsabilizá-la por essa política. Na verdade esse filme vai servir de alerta para ela também. Muitas das coisas que são ditas no filme, eles [o governo] não têm consciência. Esse filme não é para se vingar de ninguém. É para alertar. Quer dizer, na verdade você mora em Brasília, você está longe do mundo, e alguém diz para você ‘ah, isso é frescura da esquerda, esse problema não existe’, e os relatórios que colocam na sua mesa omitem as pessoas que estão morrendo por lidar diretamente com agrotóxico. [As mortes] vão todas para as vírgulas das estatísticas, entendeu? Acho que está na hora de mostrar que muitas vidas não seriam sacrificadas se a gente partisse para um modelo de agricultura mais humano, mais baseado nos insumos naturais, no manejo da terra, ao invés de intoxicar com veneno os rios, os lagos, os açudes, as pessoas, as crianças que vivem em volta, entendeu? Eu acho que seria ótimo se esse filme chegasse nas mãos da presidenta e ela pudesse tomar consciência desse modelo que nós estamos vivendo e, a partir daí, começasse a mudar as políticas.

No documentário você optou por não falar com as empresas produtoras de agrotóxicos. Essa ideia ficou para um outro documentário?

É porque eu não quis fazer um filme que abrisse uma discussão técnica. Se as empresas reclamarem muito e pedirem para falar, eu ouço. Eu já recebi alguns pedidos e deixei as portas abertas. No Ceará eu filmei um cara que trabalha com gado leiteiro que estava morrendo contaminado por causa de uma empresa vizinha. Eu filmei, a empresa vizinha reclamou e eu deixei a porta aberta, dizendo ‘tudo bem, então vamos trabalhar em breve isso num outro filme’. Se as empresas que manipulam e produzem agrotóxico me chamarem para conversar, eu vou. E vou me basear cientificamente na questão porque eles também são craques em enrolar. Querem comprovar que você está comendo veneno e tudo bem (risos). E eu preciso de subsídios para dizer que não, que aquele veneno não é necessário para a minha vida. Nesse primeiro momento, eu quis botar a discussão na mesa. Algumas pessoas já começaram a me assustar, ‘você vai tomar processo’, mas eu estou na vida para viver. Se o cara quiser me processar por um documentário no qual eu falei a verdade, ele processa pois tem o direito. Agora, eu tenho direito como cineasta, de dizer o que eu penso.

Esse filme será lançado somente no Rio ou em outras capitais também?

Eu estou convidado também para ir para Pernambuco em setembro, mas o filme pode acontecer independente de mim. Esse filme está saindo com o selinho de ‘copie e distribua’. Ele não será vendido. A gente vai fazer algumas cópias e distribuir dentro do sentido de multiplicação, no qual as pessoas recebem as cópias, fazem novas e as distribuem. O ideal é que cada entidade, e são mais de 20 bancando a Campanha, consiga distribuir pelo menos mil unidades. De cara você tem 20 mil cópias para serem distribuídas. E depois nós temos os estudantes, os movimentos sociais e sindicais, os professores. Vai ser uma discussão no Brasil. Temos que levar esse documentário para Brasília, para o Congresso, para a presidenta da República, para o ministro da Agricultura, para o Ibama. Todo mundo tem que ver esse filme.

E expectativa é boa então?

Sim. Eu sou um otimista. Sempre fui.

PORQUE NÃO A USINA NUCLEAR EM PERNAMBUCO.

Energia renovável chegará a 46% no Brasil até 2020.

Documento da Empresa de Pesquisa Energética calcula que serão necessários R$ 190 bilhões em investimentos para atingir essa meta para que o país continue a ter “uma das matrizes energéticas com menos emissão de carbono”.
03/10/2011
http://envolverde.com.br/noticias/energia-renovavel-chegara-a-46-no-brasil-ate-2020/?utm_source=CRM&utm_medium=cpc&utm_campaign=03

Não é novidade que o Brasil é um país rico em fontes de energia renovável, mas que estas fontes ainda são subaproveitadas. Felizmente, esse cenário pode estar mudando, de acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia de 2020, lançado recentemente pela Empresa de Pesquisa Enérgetica (EPE). Em pouco tempo, o país poderá deixar de ser reconhecido apenas por suas belezas naturais, e se tornar uma nova potência das energias renováveis.

Segundo o relatório da EPE, a rápida expansão da população brasileira e o consequente crescimento no consumo de bens farão com que o país tenha que aumentar sua capacidade energética. Para se ter uma ideia, entre 2010 e 2020, a população brasileira vai passar de 195 milhões para 205 milhões, enquanto o número de residências vai subir em 15 milhões chegando a 75 milhões.

Por isso, o Brasil pretende investir em energias renováveis para suprir parte do aumento da demanda energética. Em 2010, 44,8% da demanda energética do país era abastecida a partir de fontes renováveis, e em 2011 espera-se que esse índice chegue a 46,3%. Em termos de eletricidade, o número é ainda mais alto: 83% das necessidades do país são atingidas pelo uso das renováveis.

Para isso, o país pretende investir RS 190 bilhões no setor. Destes, R$ 100 bilhões serão para projetos ainda não contratados, sendo 55% para centrais hidrelétricas de grande porte e 45% para biomassa, energia eólica e pequenas centrais hidrelétricas. Desta forma, o Brasil poderá atingir seu compromisso de redução de emissões dos gases do efeito estufa (GEEs) de 36% a 39% até 2020.

Hidrelétricas

Atualmente, a hidrelétrica é a principal fonte de energia do Brasil, e a capacidade instalada do país aumentará de 85 GW para mais de 115 GW até 2020. Apesar disso, porcentagem de energia gerada a partir das grandes hidrelétricas deve cair de 75% em 2010 para 67% em 2020.

O principal projeto hidrelétrico atual, a usina de Belo Monte, que terá mais de 11 mil MW de capacidade e que deveria começar a funcionar em janeiro de 2015, ainda é alvo de controvérsias, pois a construção da usina, que será instalada no rio Xingú, na Amazônia paraense, poderá acarretar sérios danos para a população local e para os ecossistemas da região.

Por isso, as fontes que devem aumentar sua participação no fornecimento energética são a biomassa, a energia eólica e as pequenas centrais hidrelétricas, que devem ter suas capacidades aumentadas dos atuais 9 GW para 27GW em 2020, elevando a contribuição destas de 8% para 16% da matriz energética nacional.

Bioenergia

Segundo o documento, um dos pontos fortes do Brasil na corrida das renováveis é o etanol. Com o aumento da frota de veículos no país, que deve passar de 29 para 56 milhões na próxima década, a demanda pelo álcool deve subir de 27 para 73 bilhões de litros. “O etanol é mais competitivo e consumidores com carros flex preferem usar etanol”, declarou Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE.

Isso não significa, no entanto, que o país reduzirá a produção de petróleo; pelo contrário, esta deve triplicar, chegando a 6,1 milhões de barris por dia até 2020, embora o consumo de energia pelo petróleo deva diminuir de 38,1% para 31,9% nos próximos dez anos. A questão é que, de acordo com o relatório, o país se tornará um grande exportador do item.

“Primeiro, o Brasil será um exportador de petróleo importante e segundo, o país terá uma das matrizes energéticas com menos emissão de carbono. O Brasil será um parceiro estratégico para os países do ocidente que precisarem de muito petróleo. É um país democrático com bom quadro regulatório. Acho que será muito importante em termos de estabelecer o fornecimento de petróleo”, explicou Tolmasquim.

Eólica

O Brasil tem uma capacidade potencial eólica muito grande, de 350 GW. Apesar disso, o país só conseguiu atingir a capacidade instalada de 1 GW em maio deste ano. Para 2020, Plano Decenal prevê que essa capacidade chegue a 12 GW, mas Pedro Perrelli, diretor executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), acredita que o número aumentará ainda mais.

“Na verdade, estamos esperando quase o dobro disso, cerca de 22 GW. O que a indústria está pedindo ao governo, a fim de se consolidar como uma indústria autossustentável, é entre cerca de dois mil a 2,5 mil MW em contratos por ano. 12 GW [até 2020] não é suficiente para sustentar uma indústria inteira. A energia eólica no Brasil tem menos de cinco anos, na verdade. Em 2005 tivemos apenas 29 MW instalados e agora temos 1.070 MW”.

A maioria das usinas eólicas atuais e previstas está e será instalada no Nordeste, devido à forte concentração de ventos no litoral nordestino. “A eólica está transformando áreas do Nordeste que estavam importando energia do Sul. Elas começarão a produzir mais energia do que podem consumir, então terão capacidade de criar economias mais fortes e exportar energia”, afirmou Perrelli.

Solar: empreendimento futuro

Apesar do grande potencial solar do país, os especialistas acreditam que esta fonte energética deverá se desenvolver no país posteriormente às outras renováveis, principalmente por causa do preço das instalações.


“O potencial solar para o Brasil é enorme. Temos que explorar fontes eólicas, que são mais baratas em primeira instância, e pensar a respeito da solar em quatro ou cinco anos”, esclareceu Lauro Fiúza, vice-presidente da Abeeólica.

Tomasquim concorda, e crê que até 2020 essa fonte já terá ganhado importância no Brasil. “Provavelmente não usaremos todo o potencial hídrico da Amazônia porque temos que balancear o potencial com o meio ambiente. O custo da energia solar está caindo muito rápido no mundo, então provavelmente depois de 2020 ela será bem importante no Brasil”, acrescentou.

Muito a fazer

Mas para que esse potencial energético se desenvolva plenamente, o país deve contar também com mecanismos de eficiência energética, que reduziriam a perda de eletricidade que acontece atualmente e que atinge entre 15% e 17% do total de energia produzido.

Na próxima década, o Brasil deverá investir R$ 46,4 bilhões para aumentar suas linhas de transmissão, que devem sair dos 100 mil km de 2010 para 142 mil km em 2020, ligando as fontes de energia a diversas áreas do país.

“Sabemos muito bem o que aconteceu nas décadas perdidas, nos anos 1980 e 1990, quando nada foi feito e então a indústria começou a sofrer porque não havia energia suficiente disponível. Isso tem que chegar a um fim. Ainda temos espaços abertos na rede entre as linhas de transmissão que são tão grandes que você poderia colocar um país como a França dentro”, concluiu Tolmasquim.

* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.

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